UM POUCO DA MINHA HISTÓRIA DE
VIDA
Que Jesus ilumine minhas
palavras.
Prepare-se, vai ter muito que
ler,mas vou tentar resumir.
Nasci perfeitinha, andei e
falei com nove meses, aos cinco anos comecei a mancar da perna esquerda, do
nada...Minha mãe levou para benzer de vento virado e outras coisinhas... Correu
para o médico...
Foram feitos todos os
tipos de exames, tudo dava normal, e eu piorando, fui internada com
seis anos para tentar descobrir o que era, entrei no
hospital andando e saí que nem sentava sozinha mais...Minha mãe
acabou se irritando com aquilo tudo me vendo piorar nas mãos dos médicos
que não sabiam dizer o que eu tinha e brigou com todo mundo dizendo que
me levaria pra casa.
O médico disse: _A Senhora
pode levar, mas eu não me responsabilizo, porque a tendênciaé ela se
atrofiar até não agüentar mais e vira óbito.
Ela não vai passar dos 10
anosde idade.
Minha mãe disse a ele: _Ela
pode até morrer,mais vai morrer em casa e bem tratadapor mim, porque aqui,
faça-me o favor...
Tirou-me do hospital e levou
pra casa nosbraços de ônibus, viemos de uma cidade a 68km daqui, Londrina,
porque aqui em Primeiro de Maio, não tem quase nada e naquela época menos
ainda(1979).Chegando aqui ela medeixou em casa e foi a farmácia, comprou
umcoquetel de vitaminas e me deu... Dentro de uma semana eu já sentava outra
vez,mas não conseguia mais andar...Arrastava-me de barriga pelo chão da casa e
até pelo quintal,que tinha muita fruta, em especial um pé demanga espada na
porta da cozinha e o chão amanhecia forrado delas...Eu vivia suja e lambuzada
de manga... Era feliz!
Minha mãe que pouco antes de
tudo issocomeçar havia se separado, e meu pai nuncacontribuiu em nada, aparecia
de ano em ano,isso quando aparecia. Minha mãe tinha quetrabalhar para sustentar
a mim e a minha irmãque é um ano mais nova que eu. Levava a gente pra creche
cedo, eu na garupa deuma bicicleta monareta e minha irmã no guidão e ia para
escola, porque ela era professora de 1ª a 4ª série. Na creche eu ficava sob um
pequeno Colchão, mas me divertia, ia pro tanque de areia, brincava com as
crianças, sempre fui popular...he he! Um dia, um menino bateu na.Minha irmã,
que sempre foi "pamonha", eu desafiei o menino a bater em mim...Eu
que nem Andava... Fui até o tanque de areia...E pra provocar disse ao menino
disse: _ Você não é Homem, por isso ta com medo de mim. E foi aquela vaia da
criançada, aí ele resolveu me enfrentar...Kkkkk...
Derrubei o menino no tanque
de arreia, sentei em cima dele e bati na cara dele, parei porque a professora
me tirou de cima e nariz dele sangrou...Depois disso ninguém mais se meteu a
besta comigo!
Acho que Deus poda suas
plantas na hora certa...Era pra eu ser terrível...Kkkkk
Bom, mais logo já tinha idade
p/ entrar no 1ºano e vim pra escola onde minha mãe trabalhava, mas entrei
atrasada por dois meses porque fiquei internada de novo, disseram que havia
aparecido uma nova médica que poderia descobrir o que eu tinha, mas foram
feitos todos aqueles exames de novo e ela não chegou à conclusão nenhuma.
Entrei atrasada, lendo duas
lições por dia, para alcançar a turma, tirei de letra, entrei na escola
semi-alfabetizada, he he, pois minha mãe era professora! Mas era carregada até
a cantina e até o banheiro pela minha professora, tia Expedita, um amor de
pessoa, tenho muito carinho por ela e ela por mim até hoje.
Assim foi, terminei o
primário com minha mãe me levando e trazendo de bicicleta. Ao término estava
ansiosa para estudar no ginásio, mas veio a 1ª crise da doença que me deixou de
cama por três meses, meu cabelo chegou a cair na nuca de tanto ficar deitada,
eu tremia tanto que era impossível colocar um copo na minha boca, todo líquido
que eu tomava era na mamadeira, eu já tinha 10 anos completos.
Morria de vergonha. Perdi o
movimento da mão direita, o braço ficou rígido e pesava muito. A perna esquerda
dobrava que vinha ao peito e só relaxava quando eu adormecia...Foi horrível!
Eu não sentia dores, apenas
repuxava, tinha espasmos.
Perdi o ano, pois mais uma
vez não conseguia mais nem ficar sentada direito...E agora nem escrever
podia...
Pedia minha mãe que me desse
lápis e papel e comecei a fazer rabiscos com a mão esquerda,fui teimosa e
aprendi a escrever com ela, pois tinha a convicção de que no ano seguinte voltaria
a estudar.
Passado aqueles meses de
crise fui melhorando, fiz fisioterapia, minha mãe já estava aposentada, podia
me carregar para todo lado, nessas épocas de crise tínhamos que usar cadeira de
rodas, eu tinha vergonha de andar nela, nos primeiros anos de fisioterapia,eu
ia cedo, fazia o primeiro horário e ficava auxiliando a profissional até dar
meio dia,quando minha mãe podia ir me buscar, fui aprendendo a
trabalhar com crianças
especiais,na estimulação precoce... Eu adorava!
Foi assim que aprendi a fazer
massagem de relaxamento e
outras cositas más...
Mesmo com minhas limitações,
eu brincava na rua, com carrinho de rolimã, correndo atrás de bola, jogando
queimada, vôlei, até 10hs da noite... andava toda torta... parecia um anzol,
mas quando ficava parada em pé, parecia não ter nada. Era incrível! Fui muito
moleca, subia em arvore.
No ano seguinte fui para o
ginásio, até que enfim eu estava na quinta série...Minha mãe continuava me
carregando...Minha letra, com a mão canhota era horrorosa, tanto que eu mal
entendia, também era muito lerda, passei a emprestar cadernos e minha mãe
copiava matéria pra que eu pudesse estudar...Na hora de fazer as provas eu
sabia tudo, mas o tempo não dava pra que eu fizesse tudo...
Então eu falava e a professora
escrevia. No fim comecei a fazer provas orais, eu sabia tudo mesmo e os
professores sabiam disso, pois eu era a melhor aluna da turma. Não tirava menos
que 9.5.
E assim foi o ano todo, mas
aos poucos meu braço direito foi melhorando, mas continuava muito pesado,
aprendia a usar o peso dele como apoio voltei a escrever com a direita, era
mais rápido, mais doía o braço. Suportei a dor.
Terminei o 1º grau. Sempre
fui determinada. Daí eu queria fazer Contabilidade, mas o curso só tinha no
período noturno, minha mãe não deixou porque eu tinha apenas 14, ia fazer
15anos... Eu disse então faço o que você quer 1º,mas depois vou fazer
Contabilidade. Assim me matriculei no Magistério à tarde, em 3 anos já era
professora.
Recebendo até uma homenagem
dos professores pelo exemplo de força de vontade, pela assiduidade
e por ter dado todas as aulas da carga horária sem poder usar o quadro
negro. Quando terminei tinha 18 anos
virei pra minha mãe e
disse: _ Toma esse canudo é seu agora vou tirar o meu, agora vou fazer
Contabilidade. Fui viajar com a turma de formandos do Magistério, sem a mamãe,
fiquei10 dias em Camboriú, pois trabalhei três anos ajudando nas promoções
de baile, rifa, pizza e tudo mais. Foi a minha primeira viagem sozinha, a
primeira vez que vi o mar, a primeira vez que fui a uma boate dançar, a
primeira vez
que amanheci na rua foi lá,
vendo o sol nascer na beira da praia.
Na época, eu fiquei 10 dias
na praia, me diverti e levei apenas R$ 10,00 e ainda trouxe
troco...kkkk. A gente tinha casa e comida, o resto seria gasto com
supérfluo e passei bem sem. Mas me diverti muito!
Voltando me matriculei
na Contabilidade, e comecei a fazer, entrei no 2º ano, carregando algumas
matérias do 1º por já possuir um curso de 2º grau, estava adorando, nessas
alturas, desde da 7ª série, minha irmã já me leva pra escola na bicicleta
era um ano de diferença,mas mesmo eu tendo perdido um ano ela repetia
muito e eu fazia tarefa e trabalhos pra ela poder passar de ano.kkkk
Fiz curso de
informática básica em Londrina no CDI fiquei dois anos e meio, indo todo
sábado ao meio dia e chegando às 20hs. De ônibus, são 68
km (ida e volta 136 km). Minha mãe fazia faxina p/ poder me pagar o
ônibus e o lanche no sábado. Ela sempre acreditou em mim e lutou por mim
enquanto muitos até da família diziam: "para quê tanto
esforço se não vai dar em
nada mesmo?"
Fiz um pouco de inglês
também. Ganhei uma bolsa numa escola aqui na cidade da Dona Nunciata
Carboni Rodrigues parei porque fechou a escola. Fiz Windows aqui.
Sempre adorei estudar, ao contrário da minha irmã.
Até aqui eu fiquei longe dos
médicos... Mas na ocasião da formatura da Contabilidade, que teve
baile e tudo mais tive um choque ao ver a fita de vídeo, pois eu não me
via como as outras pessoas me vêem e acabei me decepcionando com a minha
própria imagem...
Do instante em que comecei a
me ver na fita, lágrimas começaram a correr pela minha face, aquilo me feria
mortalmente a vaidade, era horrível olhar pra mim. Bonita, mas com
movimentos distônicos, tremores que me assustavam, tinha pena de mim mesma,mas
não queria que os outros me vissem como eu estava vendo naquele
momento...
Eu nunca quis ser vista com
pena, por isso lutei tanto para vencer os obstáculos pra ser a melhor em
tudo que eu fazia. Mas eu nunca tive apoio psicológico, pra mim foi um choque.
Hoje sei que eu devo ter
sido, em outra vida, uma bela mulher, muito orgulhosa, vaidosa, mas aprendi a
duras penas a minha lição de humildade.
Eu nem consegui terminar de
ver a fita, fui pra casa, porque estávamos na casa da vizinha vendo, não tínhamos
e nem temos vídeo...Entrei em casa já chorando e me enfiei na cama, comecei a
ter crises de choro, era véspera de ano novo...Um dia antes eu havia
combinado de sair com minhas amigas, passar a virada na rua festejando...Deu
19hs. Do dia 31/12/1997 e uma amiga passou em casa pra ver se eu queria ir a
missa e me encontrou na cama, sem comer nada o dia todo, só chorando, olhos
vermelhos e inchados...Estava um lixo! Ela foi até a geladeira, pegou gelo, fez
uma bolsa e me deu pra pôr nos olhos e disse: _ Eu vou a missa e quando eu
voltar você vai levantar, tomar um banho e a gente vai sair. Eu não pude nem
responder...Quando fico muito nervosa, minha voz desaparece. Eu adormeci com
aquela bolsa de gelo nos olhos.
Minha mãe já não sabia o que
fazer...Porque o dia todo eu só fazia chorar, não comia, nem bebia. Quando
minha amiga Sónia chegou, me chamou, meus olhos já estavam menos
inchados, mas ainda meio vermelhos e eu tinha olheiras fundas, estava muito
abatida. Levou-me pro banheiro, até colocou uma cadeira debaixo do
chuveiro...Eu fiquei encolhidinha em cima dela por uns 20 minutos,
não tinha vontade de nada, só foi lavado meu cabelo que batia no meio das
costas porque minha mãe entrou lá e lavou...Eu não me importava com nada
mais. Havia perdido a vontade viver... Tiraram-me do banheiro,
a Sónia passou minha roupa...Era pra eu usar o mesmo vestido da
formatura no réveillon...Eu queria rasgar...Minha mãe não deixou e
guardou, acabei colocando outro, eu estava estranha...Falava pouco, não sorria...Não
tinha vontade de nada, não sentia fome, nem sede. Acabei saindo para não
estragar o réveillon de todo mundo, pois se eu não saísse ninguém
saia...
Já na rua, entre amigos, eu
olhava as pessoas e me sentia estranha, observada, parecia que todos olhavam
pra mim...Procurei um cantinho, peguei uma cadeira e me sentei, passada a meia
noite, só cumprimentei quem veio a mim, por volta da uma hora tive
uma queda brusca de pressão...Mas quem estava do meu lado era um amigo/paquera
Eugênio estudante de enfermagem que me pegou e me levou p/ o hospital,
chegando lá Pressão Arterial: 5/3 cinco por três, eles pensaram que eu
tinha bebido... Aí ele disse que não... Porque eu fiquei o tempo todo do lado
dele. Mas ninguém sabia que eu não tinha comido nada o dia todo... O médico acabou
me liberando com a promessa de comer... Quando conversei com ele a sós.
A cidade sendo pequena, a
notícia correu, minha mãe ficou sabendo que eu fui para o hospital e desceu
atrás de mim, ela estava lá do outro lado da cidade no forró dançando, mas preocupada
pelo ocorrido durante o dia. Não deu outra, foi atrás de mim, quando ela
chegou, eu já estava sentada na lanchonete esperando um lanche que meu amigo me
obrigou a comer.
No dia seguinte, eu estava
muito mal e os dias foram passando e eu a cada dia mais triste, mais
desencantada com a vida, não passei no vestibular pra ajudar, mas se
passasse não teria dinheiro nem para bancar o ônibus... Foram apenas
desilusões. Eu sempre quis trabalhar... Todos me admiravam, pela força de
vontade e inteligência, mas nunca me deram uma oportunidade de trabalho. Isso
contribuía para minha depressão.
Foi naquele mesmo ano em
13 de Agosto que perdi minha prima Paula, uns três anos mais nova, em
Curitiba, por acidente de moto, em Janeiro a mãe dela Marlene veio para minha
casa e me viu naquela situação, ela se ofereceu para ajudar, pois a medicina
havia avançado tanto e que eu deveria buscar tratamento, que não poderia
desistir. Minha mãe fez das tripas coração e lá fomos nós sem data pra voltar
rumo a Curitiba...
Gastando sem poder, passagem,
alimentação, passei por vários médicos, até chegar ao HC-UFPR...Chegando lá eu
não sabia o que eu tinha, mas além da depressão eu ainda corria risco de vida,
porque por conta da postura em que me desenvolvi na fase de crescimento,
minhas costelas do lado esquerdo atrofiaram, pressionando meu pulmão, causando
insuficiência respiratória e consequentemente cardíaca, o que ocasionava quedas
bruscas de pressão ao menor esforço físico, alem de muita falta de
ar. Foi difícil, mas consegui a cirurgia, para corrigir essa
deformação...Teria que colocar uma haste na espinha, pois tinha uma Escoliose
de mais de 45 graus, mais antes disso, precisava tratar o que eles chamaram de
Distonia Generalizada, uma doença no sistema nervoso central que causa espasmos
musculares involuntários, contínuos que quanto mais você segura mais forte ele
fica.
Assim tive primeiro que
começar uns tratamentos medicamentosos, que não surtiu muito efeito e logo
optamos por uma cirurgia dePaleodotomia Bilateral (19/06/1998) quando fiz
essa cirurgia, fui a Curitiba sozinha, me internei, operei e voltei
com a cabeça cheia de pontos de ônibus. Eu e Deus. Porque não tínhamos
mais dinheiro para continuar bancando aquele vai e vem, já estávamos
devendo até as calças. NO dia 04/09/1998 pude fazer a Artrodese na
coluna para corrigir a Escoliose...Na ocasião dessa também fui sozinha e
me internei, operei, sem receber uma visita por cinco dias, quando o médico me
deu alta, pedi a assistente social que ligasse para minha mãe, que pegou a
ambulância daqui e foi me buscar...Hummm...Dessa vez eu descobri o que é dor.
Foram três meses me virando em bloco, pois não foi posto gesso. Eu fique
retinha na época, depois com a força muscular e os
movimento distônicos acabei inclinando uns cinco graus...Mas estou
contente.
Como se não bastasse eu
comecei a ter muita dor no quadril do lado esquerdo o que foi me impedindo de
caminhar, mais e mais, em 19/09/2000 fiz mais uma cirurgia, o ortopedista disse
que tinha que operar, aumentar o teto que cobre a cabeça do fêmur, pois havia
uma Displasia congénita, e nem isso os médicos daqui conseguiram ver...Eu me
indignei mais ainda, porque se isso tivesse sido corrigido aos cinco anos, hoje
eu andaria normalmente. Fui vítima de descaso médico. Mas, eu tinha lições
valiosas a aprender passando por tudo isso e hoje posso compreender.
Foram mais três meses numa
cadeira de rodas, aprendendo a ter paciência e a humildade de pedir um copo de
água ou para ir ao banheiro. Eu que vivia pedindo a Deus que me desse paciência,
ele não me deu, mas me ensinou a ter me colocando de cama, me fazendo esperar
pela vontade, boa vontade dos outros. Lições preciosas.Bendito seja aquele que
pode servir ao invés de ser servido.
Pra passar o tempo eu
recortava revistas, fazia colagem em caixas com papel, tecido, desenhava, lia
bastante. Livros de romance psicografados, até já perdi a conta de quantos li.
Meu sonho era ter um
PC...Escrevi uma carta para o antigo Banestado e recebi a doação de um
pc...Isso em 2002, graças ao apoio e endosso de um amigo e gerente do banco
daqui Nelinton. Um Pentium 100, ele ainda aguentou o win 95 e Internet por um
ano, daí queimou a placa mãe...Alegria de pobre dura pouco! Kkkk...Procurei uma
placa para trocar, mas não encontrei, depois o monitor pifou...Acabei
encostando ele por uns quatro meses.
Dia 20/10/02 fiz a ultima
cirurgia, essa foi em SP, no HC-FMUSP, uma Rizotomia Cervical, para que minha
cabeça parasse de balançar, melhorou bastante. Mas eu não sei que tipo de
anestesia eles usaram, pois tive refluxo por vinte dias seguidos. A primeira
coisa que parou no meu estômago foi, sorvete de flocos. A primeira
coisa que parou no meu estômago foi, sorvete de flocos.Mas sobrevivi, depois de
três meses de molho.
Porque quando eu operei o
quadril, tivemos que alugar uma casa, por causa do pouco espaço da outra e etc,
não comportava a cadeira de rodas e tudo mais. E ainda estávamos devendo muito,
vendemos a casinha para pagar o banco e as contas que se acumularam ao longo do
tratamento, pois eu cheguei a tomar um valor de três salários/mês em remédios,
e o resto das contas como ficavam? Mais as viagens e etc Era muita dívida,
porque em cidade pequena se tem muito crédito, e o pobre a única coisa que tem
é o nome. Vendemos a casa e pagamos tudo. Compramos apenas o direito de uma
data, que se Jesus nos abençoar a COHAPAR vai construir esse ano, tiramos o
dinheiro p/ salvar um meio de transporte e acabou o dinheiro, porque eu preciso
de uma certa independência, minha mãe não vai poder me carregar pra sempre, ela
já tem 64 anos.
Mas ficou minha preocupação
em aumentar a renda, pois minha mãe é aposentada sem faculdade, ganha dois
salários.
Minha doença teve tantas
fases algumas boas e outras ruins, altos e baixos que nunca pude trabalhar,
hoje que está estabilizada...Começo a ter dores na coluna de novo...Preciso me
adaptar a situação mais uma vez.
Às vezes tenho crises de
dores pelo corpo todo porque minha Distonia é Generalizada, aí só um “sossega
leão” pra me relaxar e mandar a dor embora.
Se eu for contar tudo nos
mínimos detalhes não paro mais de falar, isso aqui já dá pra ter uma noção de
tudo que passei...
Distonia até hoje não tem
cura, apenas tratamento paliativo, isto é trata-se os sintomas, porque a
causa ainda é uma incógnita.
Mas eu ainda não desisti de
esperar pela cura, mas pretendo ser feliz com Distonia ou sem Distonia.
Hoje levo uma vida
praticamente normal, faço o que qualquer outra mulher faz, menos serviços
domésticos, apenas de uma comidinha muito gostosa, modéstia parte. Adoro
pilotar a minha moto (quadriciclo) sentir aquela sensação de liberdade, ir a um
baile e dançar até as cinco da manhã quando estou bem e ainda de salto alto.
Em Setembro de 2005, eu
estava bem, curtindo a doce liberdade de quem acabava de terminar um namoro que
nada me acrescentava... Decidi pegar a moto e ir a um baile no Clube Náutico da
cidade, me arrumei, vestindo uma calça jeans justinha e uma blusinha de
alcinhas como sempre gostei e uma bota de salto 06 cm... Eu estava feliz
comigo mesma, chegando à lanchonete conversei com alguns amigos e esses me
convidaram para ir ao baile, eu resolvi ir, antes disso dei uma passada no
clube onde minha mãe estava com as irmãs curtindo um forrozinho, ainda sentei
com ela e tomei uma cervejinha, saí dela e fui ao baile, dancei até as cinco da
manhã entre amigos. Nossa, que coisa boa! Fazia muito tempo que eu não dançava.
Terminando o baile, me despedi dos amigos, peguei a moto e fui direto pra casa,
minha mãe estava sentada na varanda a minha espera, pois de casa dava para
ouvir o som da banda tocando, quando o som parou passado dez minutinhos eu já
estava entrando em
casa. Sentei na varanda junto a minha mãe e fomos trocar
figurinhas sobre a noite... Muitas risadas, tudo estava bem. Mas na
manhã seguinte, tive uma surpresa. Quando tentei me levantar, desabei no
assoalho como uma jaca podre...bumm! E ao tentar chamar pela minha mãe, outra
surpresa, minha voz havia sumido, eu mal sussurrava, daí pedi socorro a minha
fiel amiga, a cachorrinha “Jhuly”, que dormia no pé da minha cama. _ Jhuly, vá
chamar a vovó. Ela foi e começou a chorar na beira da cama da minha mãe até que
a acordou... Ela, Jhuly, corria da beira da cama dela até a porta do meu quarto
chorando...Minha mãe não demorou a entender que tinha algo errado
comigo...Levantou e me encontrou amontoada no chão. Eu não conseguia me
levantar, nem falar...Eu sabia que só podia ser uma crise da doença e comecei a
ter dores pelo corpo todo, tinha espasmos fortes principalmente na região
lombar, dava a impressão que minha coluna ia partir, o que não seria de todo
impossível, visto que há uma haste que segura a coluna por causa da correção da
Escoliose. Fui levada ao hospital municipal e o médico de plantão não sabia o
que fazer. Eu conhecendo meu quadro clínico expliquei a ele o que estava
acontecendo e pedi que me desse um relaxante muscular e um analgésico na veia
porque as dores eram muito fortes, no que fui atendida. E passei o celular do
Dr. Hélio A. Teive em Curitiba, que me pediu apenas que aguardasse uma vaga
para internamento, por hora eu só me restava aguardar. Depois de três dias no
hospital municipal fui pra casa aguardar a vaga no HC-UFPR... Passada uma
semana do incidente a vaga ainda não havia surgido e eu mal conseguia me
alimentar. O Dr. Hélio me aconselhou a ir e entrar pelo P.S. e ficar aguardando
vaga lá. Foi o que fiz... Chegando lá a equipe da neurologia do P.S. me atendeu
prontamente e dois dias depois eu estava sendo removida para tal vaga que havia
surgido. O tratamento foi intensivo com novas drogas, eu fiquei 20 dias
internada naquele hospital, mas quando saí de lá já dava alguns passos. Meu
querido amigo Moroni foi presença constante nos horários de visita. Nessas
horas nos damos conta das pessoas que realmente nos amam. E com certeza, nesse
momento me dei conta de que amo e sou amada. Quando saí do hospital ele veio
passar alguns dias comigo em casa, eu ainda não podia caminhar, mas isso não
era problema, ele me pegava no colo e levava para onde quer que fosse sem se
preocupar com a opinião dos outros. Como é bom nos sentirmos amados de verdade!
Eu e ele temos uma ligação de almas, algo que poucos compreendem, mas todos
podem ver ou sentir quando nos vêem juntos. Essa fase marcou nossas vidas,
nunca estivemos tão ligados, chegamos a virar uma noite lendo um livro psicografado
que conta como foi a chegada do polêmico Cazuza do outro lado da vida. Ambos
adoramos ler. E com certeza a leitura é um prazer que nos faz viajar a baixo
custo.
Passado estes dias de
convívio na companhia desse amigo muito querido, voltei a minha rotina... A
solidão era minha grande companheira, pois se antes já não saia de casa, agora
com mais dificuldade para caminhar e pior ainda, sem poder conversar porque
poucos ouviam e entendiam o que eu falava dado o tom de voz que ficou
sussurrado. Eu me irritava em ter que ficar repetindo tudo e preferia me calar.
Mas não me isolei de tudo por conta da Internet que me proporcionava à chance
de me expressar perfeitamente.
Nessa fase, estava também
esperando para ser encaixada na fila do SUS para fazer uma cirurgia e colocar
um marca passo no cérebro pelo Hospital Cajuru em Curitiba com o Dr. Alexandre
Francisco, aparelho esse que hoje custa 30 mil dólares.
Eu tinha lugar pra ficar em
Curitiba, mas familiares que lá moravam, já não se encontram mais e as dificuldades
se multiplicaram, com criança então mais ainda, porém eu não desisti,
continuarei fazendo a minha parte. Seja o que Deus quiser!
Em meio a essa confusão toda,
no ultimo final de semana de Janeiro de 2006 recebemos a visita de um amigo de
tempos que não víamos há uns dois anos, dada a minha fragilidade do momento
acabamos nos envolvendo e desse envolvimento resultou uma gravidez inesperada,
sim em meio a tantas dificuldades eu me encontrava grávida e em momento algum
pensei em não ter essa criança, pois sempre pensei que filho é um presente de
Deus. Além do mais desde os meus 13 anos eu dizia: _ Mãe, se eu chegar aos 30
anos e não casar terei um filho pra não terminar os meus dias sozinha.
E pra muita gente foi um
susto, muito comentário até maldosos a respeito, mas Deus sabe o que faz.
Eu tomava medicamentos por
causa da Distonia e da depressão e o médico suspendeu tudo e pra minha surpresa
fiquei bem durante toda a gestação. Continuei tomando apenas um anti
espasmódico que não compromete o feto.
Eu pesava 58kls, perdi 3kls
vindo pra 55kls até o segundo mês de gestação. E eu comia bem, minha depressão
que há anos me atormentava desapareceu nessa fase. Não tive enjoo, nem náusea,
nem tontura, só tinha fome, muita fome, até o quinto mês eu comia feito uma
leoa... Porem depois do 7º mês de gestação minha pressão começou a dar picos,
especialmente quando chegava ao consultório, pois medindo em casa dava
normal... Eles diziam que eu estava com a Síndrome do jaleco branco, mesmo
assim me deram medicamentos para hipertensão e tiraram o sal da comida.
Entretanto, minha gestação foi normal até 37ª semana quando no dia três de
Outubro recebi a notícia do falecimento do meu pai devido a um enfarto
fulminante. No dia seis de Outubro passei a tarde ajudando enrolar docinhos
para o aniversário da minha priminha que ia completar um aninho no domingo dia
oito de Setembro, saindo da casa da minha prima, cheguei em casa com os pés
inchados o que ocorria todas as tardes. Tomei um banho e lanchinho depois e me
deitei no sofá pra ver TV e senti uma dor de cabeça incomodando, daí disse a
minha mãe, vou tomar o remédio da pressão, se não passar vamos ao hospital
medir a pressão... Duas horas depois minha cabeça ainda doía. Minha mãe já
pegou a bicicleta e me levou pro hospital... Eu já pesava 75kls. E minha mãe já
com 65 anos me carregando na garupa da bicicleta, mais uma vez!
Chegando no hospital, isso já
era 20hs. O Dr. Wilson estava de plantão e minha pressão estava em
16/22... ele me encaminhou imediatamente pra Londrina pro HU, onde
eu já fazia pré-natal desde o segundo mês. Fiquei em observação sento medicada
pra tentar controlar a pressão das 22hs até as 5 da manhã do dia sete de
Outubro quando fui em caminhada para o centro cirúrgico para uma cesariana de
emergência, a anestesia teve que ser geral por causa da haste que tenho na
coluna, o que dificultaria a Rack e além do que tenho a agravante da Distonia
que se agravaria devido tensão do momento.
Minha mãe que me acompanhou
estava na ante sala espera de notícias quando viu o médico sair com um
embrulhinho nas mãos e confirmou que a sua neta tinha nascido bem, pesando
3,045kls e medindo 50cm, mas eu ainda estava sendo cuidada por causa de
uma pré-eclampsia grave... Vim para o quarto e a minha filha ficou no berçário,
pois eu estava sulfatando porque minha pressão não cedia... No segundo dia pude
ver minha filha que de primeira já mamou no peito... Era a coisinha mais fofa
do mundo! Ela veio pro quarto comigo e a vovó babona me ajudando a cuidar, pois
com a cesariana tudo complica, mas eu estava bem, pois no dia seguinte da
cirurgia já me levantei e fui tomar banho no banheiro... Ai que coisa boa tomar
banho! Mas quando sentamos a barriga parece que está rasgando... Como dói, mas
aguentei numa boa, uma dor a mais para quem já aguentou tantas dores não faria
muita diferença, ainda mais perto da alegria de estar com minha filha nos
braços.
Obrigada, Senhor!
Minha recuperação foi rápida
como nas outras cirurgias e a Vitória em casa comigo recebeu muitas visitas,
todos queriam ver. Acho que a metade das pessoas veio ver porque gosta de mim e
a outra metade por mera curiosidade, mas graças a Deus logo essa fase passou e
somente as pessoas queridas permaneceram no nosso convívio. Era muito gostoso
vê-la se descobrindo e descobrindo as coisas a sua volta dia após dia, mamando
feito uma bezerrinha... .rsrsrs Graças a Deus! Com cinco meses ela já sentava,
com seis ensaiava engatinhar e com sete meses já engatinhava pela casa toda...
Com um ano e um aninho ela já dava seus primeiros passinhos com aquele sorriso
iluminado nos lábios. Graças a Deus sempre cuidei dela, pude dar
banho, trocar, amamentar... Mas não sei o que faria se não tivesse a ajuda da
avó para fazer as coisas da casa, pois da neném eu dei conta, mas cuidar da
casa e dela seria impossível devido as minhas limitações e depois da gravidez
minha coluna ficou mais frágil, pouco esforço e sinto mais dores...
O pai dela foi uma
sucessão de erros e desencontros... Que achei melhor criar minha filha sozinha
com a ajuda de Deus e da minha mãe. E Graças a Deus dentro da nossa humildade
não tem faltado nada. Apenas disse a ele, dê o que a sua consciência achar
deve dar. Mas ele registrou a filha ainda no hospital como deve ser.
Hoje, ela já tem dois anos e
três meses e graças a Deus tem muita saúde, só tendo Rinite alérgica, como eu
também tenho, no mais nem gripe pega.
Minha mãezinha que com o
passar dos anos eu vejo mais debilitada, acho que pelo esforço físico de tantos
anos, pelo vício do cigarro, pois já somam cinquenta anos fumando, ela tem
tosse pela manhã e noturna quando o clima muda... Temo por ela, porque além de
tudo ainda é obesa e hipertensa. Não consigo imaginar a minha vida sem ela...
E com tudo isso minha luta
continua, pois hoje minha cirurgia para colocação do Marca Passo no cérebro
fica em torno de 30 mil dólares e não tenho de onde tirar esse dinheiro, a
única opção é abrir um processo contra o SUS. Mas isso leva tempo e vai
depender da boa vontade da Justiça.
A colocação desse marca Passo
implica em diminuir ou até acabar com minhas dores, normalizar os movimentos
cessando os espasmos, normalizando a fala...
Hoje, 2011 já não estou
pensando tanto nessa cirurgia, pois creio que Deus tem um bom motivo para cada
coisa que acontece ou deixa de acontecer na vida da gente.
Continuo sozinha, esse ano
minha princesa completa cinco anos e tudo que faço é pra ela, por ela... estou
trabalhando com vendas, Avon, Natura, roupas e agora também conheci produtos da
linha do Bem Estar, estou conhecendo e dando meus primeiros passos na
Herbalife... tenho pedido muito a Deus que me mostre o caminho que devo seguir.
Mesmo porque o salário de
professora da minha mãe hoje muito defasado já mão chega mais nem a
dois salários mínimos, hoje esta na faixa de um salário e meio. Enquanto
as despesas aumentam... a renda diminui.
Maio de 2011, comprei uma Biz
125 adaptada do amigo virtual Sgt. Viturino Macedo de São Vicente-SP, isso deu
inicio numa novela, por que eu já tinha combinado com meu primo Marcelo, que
ficou de trazer a Biz pra mim e já vai completar um mês e ele ainda não se
mexeu... falei com meu vizinho Carlos, marido da Giovana, que trabalha com
caminhão carreta e ele ficou de trazer assim que pegar um frete para Santos-SP.
Estou muito ansiosa aguardando.
Eu não ando passando
bem já faz algum tempo... dores nas pernas que acompanham a lombar, meu nervo
ciático esta com algum problema sério porque as dores são apenas
amenizadas pelos medicamentos.
Nesse final de semana fui
fazer curso da Herbalife no sábado em Londrina e domingo em Maringá, foi
maravilhoso, mas estou passando por uma crise ciática que esta me deixando
muito limitada pelas dores. Tenho que voltar a Curitiba para me
consultar com o medico que fez minha cirurgia da coluna para
descobrir o porque de tanta dor. Mas confio em Deus... vai dar tudo certo. Tive
que parar com as vendas, estou procurando meios de trabalhar pela internet.
Afinal as despesas continuam as mesmas e até aumentaram por conta dessa
situação. Sem dizer que criança, filho sai caro. Peço a Deus que me envie
socorro, uma solução para os meus problemas. Quem me conhece sabe que nunca
tive preguiça e faço tudo que posso, mas por enquanto só me restar orar e
esperar que Deus me mostre o caminho.
As dores estão se agravando
cada dia mais, agora estou acamada, porque não posso ficar em pé e nem
sentada por mais de 20 ou 30 minutos por causa da dor que piorou muito na perna
esquerda logo abaixo do glúteo, lado que operei o quadril no ano de 2000 e a
coluna também dói. Agora preciso voltar ao hospital Cajuru para ver os
especialistas em quadril e coluna.
Até que enfim consegui um
carro no Serviço de Saúde municipal para me levar para o hospital em Curitiba,
passei pelo especialista de quadril e estou com Artrose, é preciso colocar uma
prótese para recuperar a articulação, mas isso não pode ser feito antes de
implantar o DBS no meu cérebro para estabilizar a Distonia cessando os
espasmos. Mas 25 mil dólares não caem do céu, então vamos esperar a resposta da
saúde publica caótica deste país. Então a novela continua, por hora tenho que
me adaptar a cadeira de rodas e sobreviver suportando as dores. Passei também
pelo especialista em coluna e ele encontrou um arame da haste que sustenta
minha coluna solto. Mas pediu uma Tomografia Computadorizada para poder dar o
diagnóstico correto. Fomos marcar a tomografia e só tinha vaga para o mês de
Setembro. Voltei para casa para aguarda e graças a Deus recebi um telefonema do
hospital dizendo que houve uma desistência e eu poderia fazer o exame dia 03 de
Agosto de 2011, ontem. Viajamos 7 horas pra ir e mais 7 para voltar com o carro
da prefeitura. Mas por pouco que não deu pra fazer porque o medico havia pedido
sedação para realizar o exame e ele não agendaram anestesista. Eu precisava
dormir para parar os espasmos e as imagens saírem boas. Então lembrei que eu
tinha um calmante na bolsa daqueles “sossega leão”, tomei 2 comprimidos e dali
30 minutos eu dormia como um anjo. Voltamos com o resultado nas mãos, mas o
médico só atende na quarta-feira, então na próxima semana terei que voltar lá.
Voltei pra casa no mesmo dia
saindo de Curitiba as 20hs, quando eu tive que abastecer o carro da prefeitura
e motorista pagar o estacionamento do bolso dele porque a nossa prefeitura não
pagou a diária do motorista Luis (Peixe). Até hoje não fui reembolsada.
Depois disso voltei para uma
consulta com o especialista de coluna da equipe do dr. Emiliano Sergei, que
recolheram minha tomografia para levar o meu caso para discussão e assim como
os especialistas em quadril decidiram não mexer antes que eu consiga controlar
a Distonia fazendo a cirurgia de implante do DBS com o dr. Alexandre N.
Francisco.
Voltei a Curitiba numa
sexta-feira para me consultar com o dr. Alexandre que me disse que o SUS não
esta fornecendo o DBS e me orientou a entrar com um processo particular. Dali
do hospital mesmo entrei em contato com um amigo Fábio que me colocou em
contato com outro amigo Marcos que graças a Deus é juiz e pode me orientar. Nos
encontramos depois de 5 anos sem nos vermos, foi uma tarde de alegria em meio a
tantos transtornos. Como é bom matar a saudade de amigos queridos! O Marcos tem
um irmão Jr. que é advogado, passei pra ele todos os papéis que os médicos me
passaram e estou aguardando o resultado.
Fiquei muito nervosa com essa
situação, sem poder trabalhar, dividas crescendo e a minha tensão só
aumentando.
Acabei tendo uma crise da
Distonia, tendo espasmos fortíssimos pelo corpo todo que durou cerca de 40
minutos até que os medicamentos fizessem efeito. Tomei 20mg de Diazepan, 20mg
de Baclofeno, 30mg de Codeína + 500mg de paracetamol... eu preferi não ir para
o hospital, visto que quanto mais demorasse pior seria. Graças a Deus minha
filha tinha ido pra casa da tia fazia 5 minutos quando a crise
começou. Tratei de mante-la por lá até que eu estivesse bem. Minha tia ficou
agoniada de me ver naquele estado, orava, me massageava, pedindo pra que eu me
acalmasse e dormisse que logo passaria... e passou, graças a Deus! Mas acordei
como se tivesse sido atropelada por um caminhão, um copo pesava... precisei de apoio
para caminhar, pois tinha medo de cair por estar tão dolorida. Dois dias
depois já estou fazendo o básico sozinha, recuperando minhas forças.
Minha princesinha que esta
meio debilitada, resfriada, não quer comer nada nem tomar leite, teve dor
de cabeça, febre e diarreia, levamos no PS dia 24/09/2011 pela manhã, ela
estava com 38.2 de febre, foi examinada e medicada(amoxicilina - dipirona
e ibuprofeno)... agora mesmo não quis almoçar, fiz uma vitamina de melão, mamão
e maçã e ela tomou um copo. Estou preocupada... se bem que ela já esta fazendo
arte... isso é sinal que já esta melhor. Graças a Deus!
Dia 07/10/2011 tenho retorno
com o neuro-cirurgião que vai me dar mais instruções de como proceder. Essa
consulta caiu no dia do aniversário da Maria Vitória - 5 aninhos e ela quer uma
festa com tudo que tem direito... até cama elástica! Haja dinheiro! Mas tenho
fé que poderei fazer a festinha dela como ela merece.
Passei pela consulta dia
07|10|2011 às 14hs. passei pela consulta com o dr. Alexandre N. Francisco e o
meu
Advogado Osvaldo Christo
Junior falou com ele para ter maiores orientações sobre o caso. Ele
já tinha entrado com uma liminar e o juiz nomeado um perito até conhecido pelo
dr. Alexandre mas este perito se negou a fazer a perícia alegando não ser
apto para essa avaliação.
Fiquei em Curitiba aguardando
essa perícia que pode sair a qualquer momento.
Estou hospedada na casa da
minha prima Marlene em
Pinhais. Passei o final de semana em casa com eles almoço de
domingo em família.Primos são muito divertidos. Todos aqui tem sido
muito atenciosos comigo... mas nada supri a saudade que sinto da minha
princesinha e da minha mãezinha que cuida de mim com tanto carinho
aos 70 anos e esta lá cuidando da minha filha Maria Vitória.
Eu falo com ela todos os dias
e ela não esquece de falar: mamãe traga presente pra mim.
Na segunda 1o|1o meu amigo
Cláudio (que eu não via a 5 anos) veio me buscar pra almoçar com ele
na casa dele e do Paulo (que eu não via a 12 anos).
mas deixou um gostinho
de quero mais.
Quando entramos na casa
logo vi o piano e me lembrei do Paulo tocando piano enquanto eu fazia
café pra gente... que saudade das nossas tardes de música. Logo Paulo chegou e
enquanto saía o almoço eles me fizeram uma surpresa. Me deram um notebook de presente
me fazendo chorar de alegria e emoção... passamos uma média de 3hs. e meia
juntos. Foi muito bom! Mas deixou um gostinho de quero mais. Graças a eles
estou aqui conectada.
E tornei a falar com meu
advogado e já amigo Junior pelo Facebook que muito me facilita a vida pra eu
poder me comunicar com as pessoas devido a dificuldade que tenho pra falar ao
telefone em
especial. O Junior me disse que o juiz nomeou outro perito e
estamos aguardando que este seja intimado e aceite fazer a perícia. Essa
notícia da recusa de um e nomeação de outro que
pode também se recusar mexeu com meu emocional e tive uma crise de
dores. Tive que tomar Codeína + Paracetamol 500mg + 20mg de Baclofeno + 10mg
Diazepan e 60gts de Passiflora... tive que me dopar para dormir e a crise
passar.
Acordei bem... passei o dia
de repouso. Só navegando.
A espera continua...
Mas está tudo nas mãos de
Deus. Seja o que ELE quiser!
Tenho fé que tudo virá na
hora certa!
Há muito que contar ainda, e
o projeto de escrever um livro e para isso só me faltava conseguir comprar
um notebook, pois não aguento ficar sentada muito tempo sentada na
frente do pc e um notebook eu levo pra cama comigo e me acomodo
minha coluna. Tudo tem seu tempo!
E chegou a hora de começar
escrever este livro com todos os detalhes dessa minha vida de batalhas.
15 de Dezembro de 2011,
ganhamos a liminar. A juiza deu 45 dias de prazo para o hospital Cajuru, aos
cuidados do dr. Alexandre Francisco N. fazer minha cirurgia. Já comuniquei a
secretária do dr. Alexandre o fato e estou aguardando o desenrolar dessa
situação. Enquanto isso continuo aqui estudando para me tornar uma Terapeuta
Transpessoal graças ao amigo e professor Alexandre Camargo. A quem sou muito
grata.
Agradeço muito a Deus por
tantas bênçãos e sobre pelos anjos disfarçados de amigos que Ele tem colocado
no meu caminho. Deus os abençoe, meus anjos amigos!
Que 2012 venha pleno de
realizações!
A espera continua... Janeiro
se passou com muitas dores, parece que a cada dia piora, mas minha esperança de
dias melhores é maior que a dor. Chega Fevereiro e continuo aguardando...
recebi um e-mail do dr. Alexandre dizendo que a cirurgia foi marcada para o dia
27 de Fevereiro e fui orientada a me internar no domingo 26 de fevereiro as
13hs. no hospital Cajuru... conseguimos o carro e lá fomos nós, eu e minha mãe
pra Curitiba, almoçamos na casa da Marlene e ela nos acompanhou até o hospital,
pois o motorista voltou nos deixando lá. Eu e a mãe ficamos internadas...
rsrsrss ela não me deixou sozinha um minuto, ficou ali sentadinha fazendo
crochê para passar o tempo... naquele mesmo dia a tarde foi colhido sangue para
o exame de praxe no internamento e já me avisaram que depois das 22hs. eu
estaria de jejum e que a cirurgia estava marcada para às 6:30 hs. da manhã
seguinte. Eu estava muito tranquila, algo me dizia que ia dar tudo certo.
Naquela tarde de domingo recebi inúmeras mensagens SMS me tranquilizando,
muitos amigos queridos estavam torcendo por mim. Recebi a visita da amiga Ana
Isabel no domingo mesmo, conversamos muito, se bem que pra mim estava meio
complicado falar, mas foi muito gratificante receber o carinho dessa amiga
querida! Na manhã seguinte fui para o Centro Cirúrgico, já pedi a equipe
médica que não me deixasse acordar com a cabeça parcialmente raspada, pois já
que era pra raspar que raspassem tudo de uma vez, assim o cabelo cresceria por
igual. Um pouco ansiosa pedi algo pra ler... só tinha um manual de técnicas de
anestesia, rsrss li assim mesmo. Quando a anestesista chegou ainda
brincou comigo... e me perguntaram que lado do peito eu queria o controle do
DBS, escolhi o lado direito e logo depois fui adormecendo e
não vi mais nada... acordei por volta das 15hs. já indo para o
quarto, eu me sentia bem, mas um pouco tonta ainda por causa da anestesia que
foi geral por causa da gravidade do meu quadro. Mas logo eu estava acordada e
em seguida já recebi a visita da amiga Ana Paola e da prima Marlene que
foram as primeiras a me ver de cabeça enfaixada e careca. rsrsrsrs Me fez muito
bem receber o carinho delas, eu não via a Ana Paola há muitos anos... adorei o
reencontro, apesar das circunstancias. Fiquei internada até na quarta-feira
quando já recebi alta e fomos pra casa da marlene... eu sentia as mesmas dores
de antes da cirurgia, pois o DBS estava desligado, foi apenas implantado, mas
meu cérebro precisava descansar por 30 dias para depois ser ligado. Na quinta o
motorista foi nos buscar, pegamos congestionamento na estrada por conta de
acidente e perdemos cerca de duas hs esperando na saída de Curitiba... tudo
muito cansativo, mas deu tudo certo, chegamos aqui por volta das 00hs. Fiquei
aguardando até o dia 30 de março, de cama, as dores incomodavam muito, mas a
esperança era maior... recebi visitas neste mês e acabou passando
mais depressa! O retorno que ficou marcado para o dia 30 as 13hs. foi por água
a baixo, o dr. Alexandre teve que viajar as pressas para atender
uma emergência, mas chegaria no domingo a tarde e me atenderia na segunda
as 9:30hs. Só me restava esperar... fui para casa da Marlene e fiquei por lá e
mãe voltou com o motorista no mesmo dia... passei bem o fds apesar das dores
constantes, no domingo saí pra almoçar com Cláudio, Paulo, Fábio, Marcos e
ainda conheci a Mary... passamos uma tarde muito gostosa! Dormi na casa do
Fábio e Marcos e na segundo o Marcos me acompanhou até o hospital onde
encontramos a Marlene... o dr. Alexandre se atrasou chegando as 11hs. e eu com
dores e mais dores, pois ficar muito tempo sentada é uma tortura. Quando ele me
chamou dei graças a Deus! Entramos no consultório e o dr. Alexandre pediu que o
Marcos segurasse o controle sobre o outro dispositivo implantado no meu peito e
começou a digitar algo numa espécie de computador de mão para ligar o DBS...
quando ligou senti uma ligeira tontura, minha cabeça rodou, mas como eu estava
sentada na cadeira de rodas tudo bem... assim ele foi ajustando a frequência
dos impulsos e logo já pude sentir que as dores nos membros foram amenizando,
saímos do hospital e eu já me sentia bem... agradeço ao amigo Marcos pelo
carinho e a força nesse momento especial. O retorno ficou marcado para o dia 27
de Abril quando devemos fazer uma tomografia pra ver o posicionamento do DBS e
constatar se esta tudo no lugar certo. No mais terei uma melhora progressiva ao
longo dos próximos 3 meses. Naquele mesmo dia a tarde eu já pude subir as
escadas para conhecer o sobrado onde fica o escritório do meu primo e claro,
aproveitei pra deixar um recadinho no facebook para os meus amores e amig@s.
Ligamos pra cá pedindo que fossem me buscar, mas por conta de contratempos administrativos
as vésperas da sexta-feira santa não puderam mandar o carro me pegar, mas me
disponibilizaram uma passagem de avião para a quarta-feira, a Marlene e o Nany
me levaram até o Aeroporto e lá fiquei por conta dos funcionários da Gol, fui
muito bem tratada, um serviço de primeira, gostei muito do atendimento, depois
de 40 minutos de voo estávamos pousando em Londrina, onde também fui muito bem
tratada e dois funcionários da Gol ficaram comigo até encontrarmos minha mãe e
o motorista que foram me buscar no Aeroporto de londrina. Quando encontrei
minha mãe foi muito bom... levantei da cadeira de rodas e andei pra ela ver...
ela disse graças a Deus! Voltamos pra casa e meu sobrinho, minha irmã, ficaram
felizes de me ver caminhando outra vez e sem muitas dores, às 16hs. minha
princesinha chegou da escola e ficou feliz de me ver bem. No doa seguinte saí
cedo, fui ao Posto de saúde, depois fui trocar uma lanterna da Biz, passei no
posto pra abastecer e fui na oficina ver a bateria porque havia ficado parada
por 30 dias então fiquei sem bateria, mas era apenas mal contato. No fim do dia
fui pagar as contas, fazer umas comprinhas pra casa... eu me sentia muito bem,
só as costas e pescoço ainda doíam um pouco e essa dor ainda
persiste, mas apareceu uma dorzinha nova... rsrsrs estava bom demais pra ser
verdade! Sinto um pouco de dor no Cócxis, mas penso que deve ser por causa
da coluna.
Voltei ao neuro depois de
ficar 40 dias sem poder me sentar ou caminhar, ficar em pé era uma tortura. Já
no hospital Cajuru, aguardando a chegada do d r. Alexandre Francisco, passei
momentos muito difíceis por conta daquela dor crônica, ate que chegou a hora,
receber aquela aplicação direta no local da dor foi terrível, mas a expectativa
era de melhora rápida, o que pude perceber na viagem de volta, chegando na
metade do caminho já não senti mais dores. Dei graças a Deus por isso. Isso foi
numa quarta-feira de maio de 2012, cheguei em casa bem, caminhando sem dores.
Que maravilha, meu Deus!
Daí pude começar a viver
outra vez, na sexta arrumei as malas, minhas e da minha princesinha, Maria
Vitória e no sábado de manhãzinha pegamos o primeiro ônibus pra Londrina, de lá
fomos pra Cascavel, depois pra Maringá, onde fomos impedidas de continuar a
viagem pque eu esqueci o registro da minha princesinha, mas Deus esta sempre
com quem confia nEle. Faltava duas horas para o ônibus sair para Francisco
Beltrão, corri a uma LanHouse, no caminho avisei minha irmã do ocorrido e pedi
a ela que me enviasse o registro scaneado e assim fizemos, imprimi o registro
e pude seguir viagem, chegando a Francisco Beltrão a meia noite, onde meu amado
amigo Moroni foi nos buscar de carro com seu irmão Nilton e o sobrinho Allann.
Seguimos para Flor da Serra do Sul e de la para Tatetos, onde reside a dona
Maria da Luz Moroni, mãe do meu amigo Clodoaldo. Chegamos e fomos direto pra
cama, exaustas pela viagem.
No dia seguinte fomos nos
reunir em volta do fogão de lenha e tomar um bom chimarrão feito pela nossa
mama Moroni, a conversa fluía com aquele gostinho de saudade ao sabor do
reencontro, pois já havia se passado 3 anos desde a ultima vez que nos
encontramos na ocasião do casamento da Lisa Moroni. Era muito bom estar outra
vez entre amigos tão queridos. Conhecemos o mais novo integrante da família,
Donald, filho de Lisa e Kelsyn que nasceu na Nova Zelândia, e já estava com 10
meses. Ele e Maria Vitória, carinhosamente chamada de Mavi por todos, brincaram
muito nesses dias que passamos juntos.
Passeamos pela região, fomos
a restaurantes/churrascarias a moda gaúcha, pois estávamos no estremo sul do
Paraná, quase divisa com a Argentina, fomos jogar boliche em F. Beltrão , comemoramos
o aniversario do Clodo dia 25/05 com um jantar reunindo toda família Moroni.
Bons momentos!
Eu e Clodo, assim chamado
carinhosamente por todos, conversamos muito, tentando matar a saudade de 3 anos
sem nos ver... resumindo, foi tudo de bom estar entre pessoas tão queridas.
Vimos o filme e fomos dar uma
volta pelo centro de Curitiba, na Praça Rui Barbosa, na Av. XV de Novembro,
onde paramos num barzinho para matar o desejo de nosso amado Clodo de tomar uma
caipirinha genuinamente brasileira acompanhada de uma porção de mandioca frita,
hummm... bom demais! Já estávamos pagando a conta quando a chuva nos
surpreendeu, coisa típica do clima curitibano. Saímos nos protegendo da chuva
sob as marquises e logo chegamos ao tubo onde peguei o ônibus de volta para
Pinhais e ali tbm me despedi desse meu amado amigo que retornaria para
Sydney-AU no dia seguinte. Essas duas semanas que passamos juntos foram
maravilhosas. Ter amigos de verdade não tem preço! Alguns detalhes dessa viagem
aqui omitidos serão contados com detalhes no meu livro.
Depois deste passeio,
voltamos ao cotidiano, acordando as 6hs, arrumando a Mavi pra escola e
trabalhando com meu mais novo projeto, pois me tornei uma empreendedora independente
do grupo Polishop.com.vc.
No dia 13/06 fiz uma
reuniãozinha de amigos, onde compareceram poucas pessoas, mas me senti muito
querida por eles. Com a participação especial do meu amado amigo Moroni que
esteve conosco graças a bendita tecnologia, por conta do Skype. Eu só posso
agradecer a presença de todos que estiveram comigo nesse dia especial, quando
comemorei os meus 38 anos e o inicio dessa nova fase na minha jornada terrena.
Obrigada meu Deus e obrigada
amigos que sempre estiveram torcendo por mim!
Tentei trabalhar com MMN, tentei a Polishop por 6 meses, exclusividade me dedicando muito e no início até consegui ganhar com as vendas de Poli Energy, que eu também adoro consumir, mas acabei desanimando porque todos achavam os produtos muito caros.
Em novembro de 2012 fomos a Curitiba por conta de duas consultas com especialistas que me acompanham no tratamento, uma na segunda e outra na sexta, por isso passamos a semana na casa da Marilene e a mãe reclamando de dores na barriga, então eu disse que quando chegasse aqui ela iria ao médico. Chegamos aqui no sábado a noite e ela reclamando e no domingo ficou o dia todo deitada com dores, mas a teimosa não queria ir ao médico. Então na segunda de manha levei-a ao hospital mesmo contra a vontade. Foi encaminhada para a Santa Casa de Londrina com suspeita de Hérnia, mas lá feito os exames constataram Apendicite e já encaminharam pra cirurgia na terça-feira, correu tudo bem, ela não precisou nem de UTI. Na quinta-feira já fomos pra casa, passou bem a sexta-feira e no sábado acordou meio enjoada, dei Vonal e passou, mas na hora do almoço ela não quis comer, foi para o banheiro e teve ânsias de vomito e expulsou muito liquido pelo corte. Imediatamente levei-a para o hospital, o plantonista viu, examinou, apertou e disse que estava tudo bem. Receitou uma injeção de Dramim no músculo e disse que ela estava liberada para ir pra casa. O curativo que a enfermeira trocou já estava encharcado porque lá no hospital ela teve outra ânsia forte. Eu pedi que ela trocasse novamente o curativo e ela disse que não, que me daria os gases para eu trocar o curativo em casa. Trouxe a mãe pra casa e ao chegar levei-a para o banheiro porque ela estava toda suja daquela água de sangue que vazou. Quanto tirei o curativo vi uma pequena vezícula de fora entre os pontos do corte. Não dei alarme, apenas passei-a embaixo do chuveiro e já sequei para leva-la pra cama. Mas enquanto eu colocava a toalha no corpo dela veio mais duas ânsias seguidas que arrebentou os pontos abrindo o corte. Levei ela pra cama e mandei minha irma chamar a ambulância. Eles vieram e colocaram bandagens enquanto eu arrumava as coisas pra ir pra Londrina. Deixei a minha filha com a minha irma e fomos. O médico plantonista liberou ela pra sair sem ao menos colocar uma sonda nasogástrica... ela foi vomitando os 68kms chegando a Santa Casa com o intestino já quase todo exposto. Na Santa Casa continuou tendo ânsias e o intestino saindo cada vez mais, foi quando eu pedi ao médico cirurgião que fizesse alguma coisa porque a cada ânsia o intestino saia mais. Só então ele mandou passar uma sonda nasogástrica nela, mas a essas alturas ela já estava com o pescoço todo assado pelo contato com o suco gástrico. E eu tinha que conversar, rir e brincar vendo a minha mãe de 72 anos ali naquela situação Eu a abanava com uma mão e com a outra ia jogando soro sobre o intestino exposto que não podia secar. Até que eu a deixei na entrada do Centro Cirúrgico e fiquei esperando por 5 hs. Até que soube que ela ia ficar na UTI para depois ir para o quarto. Então liguei pra Ilone e o Celso Cruciol, meus primos que foram prontos ao meu encontro, pois eu nao podia ficar com ela na UTI. Conseguimos falar com ela por alguns minutos e tive que deixa-la. Só voltando a ve-la no dia seguinte as 17hs, quando só eu e o Celso conseguimos entrar para ve-la. Ela estava com a boca e pescoço todo queimado pelo contato com o suco gástrico. Por sorte eu tinha Bepantol na bolsa e pude passar nela. Mas ela estava com a pele toda ressecada, em 24hs a diferença foi muito grande. Fui muito bem tratada na casa da Ilone e do Celso por dois dias. O Celso me levava pra ver a mãe nos horários de visita da UTI. Pra ajudar meu celular estava com problemas. No dia seguinte outros parentes estavam lá querendo ver a minha mãe tbm, tia Juvira, Cassilane e Hudson... mas só eu pude entrar. Consegui com a enfermeira chefe que a tia Juvira pudesse entrar para vê-la. Todos estavam muito preocupados. Mas no terceiro dia ela foi para o quarto e eu fiquei internada lá com ela por seis dias, cuidando e correndo pra lá e pra cá porque são muitos pacientes para poucos enfermeiros. Mas graças a Deus foi um treinamento intensivo para os próximos dias. Até que no oitavo dia ela teve alta. Aí continuei cuidando em casa, 24hs. Dando os antibióticos na hora certa, refeiçoes de 3 em 3 hs. Muita sopa, chás e frutas. Tudo muito leve. Esse corte vazou por 40 dias, não vencendo fazer curativos com gaze comecei a por absorventes que deixavam ela seca por mais tempo, mas no inicio era questão de minutos pra vazar e sujar a roupa toda que eu corria trocar e lavar. Levamos ela na formatura do prézinho da minha filha com 15 dias de operada, usando uma cadeira de rodas para não fazer esforço nenhum. Minha princesa foi oradora da turma fazendo o juramento. Linda da mamãe! Mas graças a Deus tudo passou. Seis meses depois ela estava dançando um xote comigo outra vez. Quando saímos dançando me arrepiei todinha e agradeci a Deus por deixa-la comigo por mais algum tempo!Com isso tudo fiquei 30 dias praticamente sem tempo pra net, mas continuei pesquisando as opções de MMN e de agosto a dezembro de 2012 li tudo que podia sobre a Telexfree e só em janeiro de 2013 decidi entrar, arriscar e pagar pra ver. Então conversei com minha mãe e decidimos entrar na empresa. Eu pedi muito a Deus que me desse um sinal se fosse mesmo pra eu entrar. No dia seguinte me ligaram do BB dizendo que a linha de crédito do pequeno empreendedor estava liberada pra mim. Na época eu tinha R$800, 00 que guardamos do final de ano, a ideia era ter ido viajar mas com tudo que passamos com a minha mãe acabamos não indo e guardei o dinheiro. Então fui ver quanto eles podiam me liberar nessa linha de crédito por 0.65% de juros\mês. E consegui R$2.090.00 + os R$800.00 dava R$2890.00. Então paguei a fatura que em janeiro de acordo com o dólar do dia que estava abaixo de dois reais deu R$2.815.00 e no dia seguinte comecei a fazer meus anúncios ganhando 100 dólares por semana. E o dólar foi subindo. E eu comecei a tirar R$800.00 por mês Sendo que a cada 300 dólares eu podia sacar. Esse dinheiro patrocinou minhas idas a Curitiba nesse inicio de ano. Tirando R$186.00 do empréstimo que fiz o restante era lucro. Essa franquia Telexfree vai me render por um ano, o mesmo tempo de prestações do empréstimo Então não tenho que tirar dinheiro do bolso para pagar, pois o que ganho com os anúncios cobre o valor da prestação e sobra!
Sem dúvida o melhor sistema de MMN do mercado atual, (do qual pude desfrutar de janeiro a junho/2013) e olha que nesse ultimo ano que passei de cama pude pesquisar muito esse mercado. Mas a empresa foi sofrendo muitos ataques na "imprensa marrom", por concorrentes desesperados com o crescimento da empresa. Isso sem falar de outros interesses que estão por trás dessas manobras que tentam denegrir a imagem da Telexfree. Eu tentei fazer cadastros sem sucesso, por conta desses bombardeios contantes a empresa. Agora estamos enfrentando a paralisação da empresa por força de uma liminar expedida por uma juíza do Acre. Mas todos os mais de um milhão de divulgadores estão unidos por essa empresa que acredita ser 100% legal, ética e por isso estamos 100% satisfeitos com a TELEXFREE!
Quando eu estava dando graças ao nosso bom Deus por ter encontrado uma empresa que me deu uma chance, veio o desencanto, por conta da Justiça brasileira que mesmo não tendo nenhuma prova contra a empresa a condenou antecipadamente sem provas, não libera, não deixa pagar aqueles que foram prejudicados por conta da paralisação, mas todo o patrimônio da empresa está retido em juízo, para segundo eles, proteger o divulgador, que nunca pediu proteção, entrando no negócio por sua própria conta e risco.
A própria Receita Federal brasileira já analisou as contas da empresa e não encontrou nada que macule sua imagem. Esse processo já está se arrastando a mais de um ano no Acre. Alguém sabe me explicar porque lá, no menor estado deste país? Bom... só nos resta aguardar o desfecho dessa novela acreana.
Para o PNE com maiores limitações, desenvolver alguma atividade remunerada neste país é quase impossível se este não tem QI (Quem Indica), assim aumenta o numero de pessoas dependentes de qualquer benefício pago pelo sistema que mantém o voto de cabresto. Isso é Brasil!
Ca estou eu mais uma vez em busca de sugestões... pelo que tenho pesquisado, minha unica chance de ser respeitada no mercado é tendo um negócio próprio, mas pelo que tenho pesquisado eu teria que investir no mínimo 20 mil para ter algo dando lucro a médio e longo prazo. Mas eu só conto com a vontade, maney que é good nois num have!
O note que havia ganhado pifou, o molho ia sair mais caro que o peixe, então ficou parado... e o sonho de escrever o livro vai ficando pra depois.
Mas eu sou teimosa e vou continuar tentando.... no momento só vendendo Avon e Natura, da pra tirar um dinheirinho pro lanche do fds!!!
O tempo vai passando e a vida continua... navegando na net, encontrei um amigo que me convidou para entrar numa empresa de venda direta, que diferente de todas que já trabalhei paga 100% de comissão sobre as vendas.... conheci o projeto em agosto, consegui o dinheiro para entrar com um kit top, mas tudo parecia conspirar contra, fiz meu cadastro, fui a cdh em Londrina duas vezes e não tinha produto, eles estavam com uma promoção incrível de final de ano, mas faltava mercadoria. Acabei desistindo, parecia que não era a hora.
Mas uma amiga do grupo de estudos do qual faço parte veio me falar sobre essa mesma oportunidade dois meses depois, foi quando decidi tentar, mas a promoção já havia terminado. então entrei com o kit básico, isso ainda porque a Karina insistiu me dando todo o apoio que eu precisasse. Entrei pra ver no que ia dar... confesso que parecia bom dimais pra ser verdade!
Chegou o dia de voltar ao médico... Vim para Curitiba em outubro, passei pela equipe, mas teria que voltar dali 30 dias porque o meu médico tinha viajado por motivos pessoais, fui pra casa, fui até o aeroporto e remarquei o vôo de retorno. No dia seguinte, quando acordei pela manha e já de malas prontas sentei pra tomar café... foi quando meu primo notou que eu estava tremendo, mais do que de costume (risos)... achei que devia ser cansaço pelo esforço de ter ído até o aeroporto e voltado de ônibus, mas eu dormi a noite toda, devia estar descansada... assim mesmo me despedi de todos e fui para o ponto de esperar o ônibus, cheguei no ponto cansada de uma caminhada curta que parecia muito longa... até brinquei com minha prima... parece que minha bateria está acabando. E pensei comigo mesma antes de entrar no ônibus...Senhor, se não for pra eu pegar aquele avião me da um sinal antes de chegar ao terminal. Peguei o ônibus e já comecei a sentir mal... cansaço, falta de ar, os músculos começaram ter espasmos fortes, entortando as mãos, repuxando a face, eu já mal conseguia falar... usei o bloco de notas do celular e pedi socorro a cobradora que leu a mensagem e logo já me levaram ao corpo de bombeiros... dali para o 24hs de Pinhais e de lá direto para o PS do hospital Cajuru onde fiz minha cirurgia. Isso tudo aconteceu dentro de menos de meia hora... chegando ao Cajuru a equipe da neuro cirurgia já estava avisada, isso era 12hs quando dei entrada... as 16 hs eu já tinha feito todos os exames e até o risco cirúrgico. Mas não havia leito vago para internamento, me medicaram e mandam para casa para aguardar a vaga... 4 dias depois o telefone toca dizendo que no dia seguinte, quarta de manha eu internava e na quinta já ia ser operada e assim aconteceu na quinta fizemos o lado direito e oito dias depois o lado esquerdo colocando duas baterias para aumentar a o tempo útil do dbs. Os dias que esperei para operar e depois de operada para ligar o dbs pareciam uma eternidade. Pois o cansaço, as dores e o esforço que eu tinha que fazer até para falar até para falar eram terríveis o que acabava desencadeando uma crise depressiva. Eu precisava manter o bom humor para não deixar que aquele quadro depressivo se instalasse... foi tudo muito difícil, mas passou... quando ligamos o aparelho a melhora não foi imediata como da primeira vez que ligamos em fevereiro de 2012... dessa vez eu teria que ter paciência e esperar a resposta do meu cérebro. Essa melhora foi gradual, mas relativamente rápida, cada dia eu notava uma diferença, mas deveria ficar de repouso por 30 dias aqui antes de voltar pra casa. Resumindo... fiquei 63 dias sem ver minha mãe e minha filha... o que nos salvou foi a net que nos permitia vídeo conferencias online. Mas eu mal conseguia falar, no entanto elas me compreendiam e eu ia melhorando a cada dia, fui me erguendo outra vez e recuperando a postura, pois fiquei que mal podia me levantar, sentar era muito difícil, mal aguentava o peso do corpo. Chegou o dia e o médico me liberou, disse que eu continuaria me recuperando até maio de 2015, então marcou o retorno para junho de 2015 para avaliar o resultado final da cirurgia. Todos que me conhecem sabem o quanto melhorei... agradeço a Deus por essa bendita tecnologia que Ele permitiu que o homem desenvolvesse para ajudar pessoas como eu que tem uma doença que não tem cura. Mas que com um pouco de fé e força de vontade buscam alternativas para ter qualidade de vida. Agradeço também ao dr. Alexandre Novick Francisco que tomou minhas dores e me operou na hora certa sem esperar a burocracia imposta pelo SUS que deixa tantas pessoas morrerem nas filas de espera.
Finalmente pude voltar pra casa... quando cheguei no portão de casa, minha filha veio correndo me encontrar e chorou ao me abraçar dizendo: que saudade, mamãe!!! Só de ouvir essa frase e ver os olhinhos marejados já valeu a pena cada dor que suportei nessa luta! O sorriso da minha filha apaga todo o sofrimento! Ela é um presente de Deus, veio para me dar forças para continuar nessa jornada terrena. Só tenho a agradecer!!! Minha mãe também é uma luz em minha vida, seguimos juntas uma cuidando da outra enquanto Deus nos permitir.
Voltei, mas ainda tinha que fazer repouso, o sol escaldante de Primeiro de Maio não me permitia fazer nada depois das 11hs. Eu queria fazer tudo, sair, vender as coisas, mas não podia nem carregar a maleta de produtos para mostrar aos clientes, Só podia esperar. Em janeiro que eu fui ter condições de sair pra vender alguma coisa, ainda por causa da moto que muito me ajudava, mas eu tinha que me preparar para a mudança antes que as aulas começassem... pois devido ao susto que levamos o ideal é que eu more mais perto do socorro... não vou entrar em detalhes aqui, mas o risco seria muito grande se continuasse morando em Primeiro de Maio! Então foi o que fiz, tomei as providencias e como já tinha reservado uma casa em Pinhais no tempo que fiquei aguardando a alta para retornar... tudo se encaminhou a contento, alugamos a casa, vendemos as coisas e fomos embora.
É incrível como Deus tem preparado as coisas em nossas vidas!
Hoje moramos aqui em Pinhais, Fizemos novos amigos que se tornaram anjos que nos ajudam sempre que precisamos, graças a Deus! Jáfez um ano que nos mudamos para cá.
Em janeiro de 2016 recebemos a visita da minha irmã, Marildes e meu sobrinho, Michael que ficaram 20 dias conosco. Tia Juvira também passou por aqui com seu filho Moreno, Ivahn e as cachorras. Desci com ea Marildes e Michael para a praia, eles ainda não conheciam o litoral, ficamos na casa do meu primo, Moreno que nos recebeu muito bem. Agradeço a acolhida! Tia Juvira também estava lá.
Em fevereiro fomos passear em Primeiro de Maio, ficamos lá por 15 dias. Foi muito bom passar esses dias com nossos familiares matando a saudade. Foi um reencontro maravilhoso com Tia Juvira, tia Rute, minha mãe, primo Valter e Ivone e Leninha, todos nos reunimos na casa da tia Juvira. Também vimos a prima Solange e a tia Chiquita.
Eu estava tão bem nesses dias, pude passear por lá andando de bicicleta por toda a parte... levei minha filha para visitar a madrinha Mara, em Cambé.
Não sabíamos que seria a ultima vez que veríamos nossa tia Juvira... em março ela foi internada, resistiu bravamente aos tratamentos que teve que se submeter e no dia 01 de maio tivemos a notícia de sua passagem. Tia Juvira deixou muita saudade. Só Deus para ter me dado forças para continuar e dar forças a minha mãezinha nesse momento de dor pela perda de sua irmã.
Voltando a Curitiba, logo comecei a sentir cansaço, ate comentei com o médico numa consulta de rotina em março, e fui piorando com o passar dos dias fui piorando, sentia mais cansaço para fazer atividades de rotina, as quais eu antes eu fazia brincando... procurei o PS do hospital Cajuru já com dores e movimentos limitados pelas dores e rigidez dos músculos. Fiz os exames e concluíram que era mesmo falha na bateria, conversamos e o médico achou melhor colocar baterias recarregáveis. Mas o SUS não paga essas baterias recarregáveis. Então a luta começou outra vez... conversei pelo Whatsapp com meu amigo Marcos, que contactou seu irmão, Junior que é advogado e atuou brilhantemente quando conseguimos a cirurgia de implante do DBS em fevereiro de 2012.
Graças a Deus e a compreensão dos profissionais que me atendem, estou conseguindo resolver 90% das coisas por e-mail ou pelo Whatsapp, pois a cada dia que passa vai ficando mais difícil me locomover e até mesmo conversar. Juntamos os papéis necessários, com a generosa colaboração do dr. Alexandre Novick Francisco. Também pudemos contar com a colaboração da Secretaria de Saúde de Pinhais, Angelita, Adriana, Raquel... não mediram esforços para nos ajudar a agilizar as coisas, visto que estamos correndo contra o tempo. Meu cérebro já mudou seu funcionamento natural devido ao estímulo contínuo do DBS. sendo assim, na falha da bateria posso ter graves consequências, posso até não conseguir respirar sozinha caso a bateria pare de vez. Mas estamos confiantes de que resolveremos a troca da bateria antes que essa pare de vez.
Em 2015 fiz a inscrição e neste ultimo domingo dia 15 de maio de 2016 fui prestar o concurso público do INSS... o esforço para chegar a prova foi muito grande, mesmo tendo sido deixada na porta do colégio, por um anjo chamado Joel, enviado por Deus para me ajudar nesse momento... tive que caminhar uns 300 metros, dentro do colégio e ainda subir dois lances de escada e conseguir ficar sentada por quatro horas para resolver 120 questões. Mas consegui concluir a prova, apesar do esforço, da dor e todo o desconforto da situação. A sorte está lançada, seja o que Deus quiser!
Tanta coisa acontece em nossas vidas... Só Deus mesmo para guiar todas as coisas e fazer o que for melhor para cada um de nós!
Dia 06/06 internei minha mãe com dores abdominais que já haviam começado a cinco dias, mas por teimosia ficou tomando chás e outros digestivos, mas a dor não passava. Foi atendida no UPA de Pinhais no sábado porque não dormiu a noite com dores no abdômen. Foi medicada e voltou pra casa melhor... ficou bem até no domingo a noite, tomou mais chás durante o dia e quando foi a noite as dores fortes foram voltando... às 5 hs. de manhã voltei com ela ao UPA de Pinhais, ela mal podia andar. Foi medicada pra dor, mas deu 7:30hs e ela continuava com dor. Eu sozinha com ela lá. Minha filha já estava indo pra escola com a van que passou pra pegar, pois eu já não podia mais levá-la pra escola. Mas nesse momento em que via minha mãe sofrendo eu estava com a adrenalina tão alta que já nem sentia mais meu corpo. Ela já estava no segundo frasco de medicamentos e a dor continuava... falei com a médica de plantão e levei ela para o hospital da Cruz Vermelha, a unidade conveniada ao SAS com melhor assistência médica de Curitiba. Demos entrada às 11hs porque demorei para conseguir quem levasse. O UPA não levava, dizia não dispor de ambulância. Consegui falar com meus primos pudemos levá-la. Entrou pela emergência e fez todos os examesentre 12 hs e 18 hs quando a equipe de cirurgia geral discutiu o caso é diagnosticaram Diverticulite... foi internada para cirurgia de emergência, ajudei a enfermeira a prepará-la. Liguei para minha irmã Marildes para que falasse com ela antes da cirurgia. Ela pouco falou ao telefone, estava com dor e fraca porquê já estava em jejum a 24 hs. Ajudei ela sevlevantar da cama porque a enfermeira já estava esperando com maca para levá-la ao centro cirúrgico. Ela me deu um abraço fraquinho e um beijo... subiu na maçã e foi deixando meu coração apertado.
As lágrimas caíram desesperadamente, eu sentia que era uma despedida. Peguei a mochila com as coisas dela e fui esperar na porta do Centro cirúrgico. Das 20 hs às 23:30hs ela ficou lá dentro. Minha angústia era imensa... alí sozinha esperando notícias, mas Deus me sustentava.
Quando o médico veio falar comigo foi direto. A cirurgia foi muito dificil e o risco de vir a óbito era muito grande. Ela ficaria na UTI porquê o caso era muito grave. Avisei a todos e pedi orações. Minha prima Telma foi me buscar no hospital e entrou comigo pra ver a mãe. Ela estava sedada. Fui para a casa da Telma e dormi lá. Voltamos no dia seguinte as 11hs pra ver a mãe e a Leninha entrou comigo. Eu senti que a mãe estava preocupada comigo... disse a ela: Mãe, conversa com Deus e faça o que for melhor pra você, porquê eu me cuido e também vou cuidar da bb. Agora eu quero que você cuide bem de você. Eu te amo! Coloquei um áudio da bb dizendo pra ela ficar boa logo e voltar pra casa... Leninha também conversou com ela. A mãe pressionou levemente minha mão quando eu pedi. Ela estava com uma sedação leve e remédio forte pra dor e antibióticos, pois o quadro de infecção era grave. Devido ao intestino ter perfurado.
Fiz uma oração que ela gostava segurando sua mão. Terminou o horário de visita e fui pra casa ver minha filha, pois eu não a via a mais de 24 hs. As 20 hs tinha visita outra vez. Meu primo Hitamar levou a gente pra vê-la. O Moreno, outro primo estava lá esperando para entrar comigo. Ele queria ver minha mãe que era sua madrinha. Mas só conseguimos entrar às 20:30hs porque às 19:50hs do fia 07/06/2016 ela entrou em óbito. Eu já estava no hospital desde as 19:40hs. Eu já sabia... algo me dizia, mas quando ouvi do médico perdi o chão, mas tinha que ser forte! A batalha estava só começando.... avisar familiares, minha irmã chegou às 21hs. Tentou chegar a tempo, mas não conseguiu... eu mesma contei pra ela. Acionei a funerária, bom pra casa arrumar a mala e escolher a roupa pra mãe. Peguei o vestido que ela pediu, o esmalte que ela gostava, brinco e anel... foi arrumadinha como ela gostava. Só Deus sabe como tive forças para fazer tudo. Do internamento ao sepultamento a 600kms daqui em Primeiro de Maio pertinho dos pais dela, como ela me pediu. Conseguimos fazer tudo, mas enfrentamos muita burocracia. Sou grata ao amigo Nilton que esteve ao nosso lado ajudando a resolver as coisas. Eu já não dormia a três dias, só Deus sabe como ainda estava Em pé.
Em meio a tanta dor, a união da família foi muito importante. Agradeço a Deus por tudo! Voltamos para Curitiba no mesmo dia após o sepultamento. Deixando tudo acertado. Na volta a caminhonete do meu primo ferveu em Londrina e resumindo... Voltamos de táxi e com a caminhonete guinchada. Fundiu o motor. Tudo para ajudar...
Minha irmã veio comigo, passou 20 dias aqui e teve que voltar para cuidar da família dela. Deixamos os trâmites legais encaminhados e agora tenho que aguardar pra ver se consigo a pensão por morte devido a minha deficiência desde os cinco anos e a dependência econômica da mãe. Mas até isso sair... Deus proverá o meu sustento.
Quanta saudade da minha mãezinha, minha heroína e Porto Seguro!
E o pior é ainda estar aguardando uma resposta do SUS desde o dia 05/05/2016 quando foi protocolado o pedido da bateria recarregável. Essa batéria custa quase 100 mil. E o SUS nem responde. Ficamos de mãos atadas. Sem uma resposta deles não podemos agir judicialmente.
O que nos resta é recorrer a mídia e fazer uma campanha na internet.
Dia 17/06/2016 recorremos ao Ministério Público para ver se o SUS respondia. O Ministério Público deu 48hs de prazo para o SUS responder e um mês depois 17/07 e nenhuma resposta.
REVOLTADA: Para o SUS pobre bom é pobre morto ou sofrendo nas filas do sus em busca de socorro. Enquanto a justiça nunca foi justa para os pobres, pois está muito ocupada em beneficiar quem tem posses.
Esse país cada dia mais só humilha o povo que trabalha e sustenta os desmandos dos governantes. Cada dia uma vergonha a mais estampada nos jornais e mostrando a verdade da corrupção que nos devora. Triste... INDIGNADA!
Conversando com os amigos Leila e Diguimar, depois com Luciana decidi lançar uma campanha na Internet e buscar jogar minha história na mídia para conseguir chamar atenção para o meu caso e assim pressionar o MP para que a resposta tão esperada saisse . Então criei uma página Em Busca de Qualidade de Vida.
As postagens tiveram um alcance que passou de 15 mil pessoas em 4 dias. Tentei acesso a mídia local, mas disseram não ter interesse na minha história.
Atendendo a pedidos de amigos que comentaram a primeira postagem que coloquei uma conta de poupança a disposição de quem quisesse ajudar. Pois a espera é torturante devido às dores e a incapacidade crescente a medida que a bateria vai decrescendo. Triste e cruel tudo isso... triste ouvir sua filha pedindo pra fazer um bolo de chocolate junto com a mamãe e cruel ter que dizer não porque você não aguenta ficar nem sentada e nem tem forças para bater esse bolo!
A princípio a ideia era apenas chamar atenção para o meu caso, mas depois pensei que se em menos de uma semana alcançamos mais de 15 mil pessoas, porque não usar essa página para ajudar outras pessoas...
Desesperada com as dores e me vendo mais debilitada a cada dia e sem retorno nenhum do SUS ou do MP pensei na possibilidade de levantar o valor que necessário para comprar a bateria recarregável e custear a cirurgia. Pois eu preciso ter o mínimo de qualidade de vida.
Poder preparar a comida e cuidar da casa, fazer um passeio com minha filha, ir a um evento escolar para prestigiá-la ou de simplesmente poder fazer um bolo de chocolate com ela.
Mas me canso com o mínimo esforço. Até pra falar me canso, pelo esforço que tenho que fazer para realizar qualquer movimento ou atividade básica como comer ou se quer tomar um banho. Isso sem falar nas dores causadas pelos espasmos que antes eram amenizados quando controlados pelos impulsos da bateria. Que a medida que sua carga vai acabando os espasmos vão aumentando e causando muita dor. A sensação é de estar em movimento 24 hs mesmo estando deitada. O resultado além de doloroso é incapacitante. Apesar da lucidez o corpo não acompanha a capacidade intelectual.
Preciso de ajuda!!!
Deus me ajude e continue enviando seus anjos para me amparar nessa empreitada.
Senhor, coloca teus anjos me cercando, guardando e protegendo de todo mal. Amém!
Já cansada de esperar uma decisão do SUS para esse empasse. Pedi a um amigo que fosse ao Ministério Público cobrar uma resposta, pois o caso também já passava de 30 dias nas mãos do Ministério Público e meu amigo Nilton foi lá, levou ao conhecimento do MP a campanha que fizemos no Facebook.
Isso foi numa quinta-feira e na sexta-feira o MP entrou com uma liminar e na segunda-feira o juiz deferiu a meu favor dando o prazo de 10 dias para que o SUS compre a bateria recarregável que vai resolver o meu problema e me dar um pouco de Qualidade de Vida.
Estamos aguardando a execução dessa liminar.
A ordem do juiz foi cumprida e fui chamada a uma agencia da Caixa para receber a ordem de pagamento no valor do DBS que foi comprado segundo a indicação médica cumprindo todos os termos legais.
No fim de setembro de 2016 foi realizada a cirurgia para o implante do DBS recarregável, a cirurgia foi um sucesso e a recuperação dentro do esperado, pois eu havia ficado meses com a bateria desativada e o cérebro teve que se readaptar aos impulsos novamente... mas tudo foi ajustado a contento e a vida seguiu seu curso.
Em outubro, dia 07 minha filha completou 10 anos, eu ainda estava me recuperando da cirurgia, amigos muito queridos organizaram uma festinha pra comemorar o aniversário da Minha filha Maria Vitória. Sou muito grata a todos pelo carinho conosco. Naqueles dias eu não tinha forças físicas e nem dinheiro pra fazer nem se quer um bolo. Estávamos sobrevivendo apenas com o Auxílio Doença e eu pagava aluguel. Mas Deus é tão bom que coloca as pessoas certas na hora certa para florir nosso caminho nessas fases tão doloridas da vida. Não reclamo, só agradeço a imensa misericórdia divina!
O tempo foi passando, fui me recuperando, voltando a fazer as coisas e cuidar da minha filha e da casa, agora sem a minha mãe que tanto me ajudou vida afora eu tinha que prosseguir.
O tempo foi passando, fui me recuperando, voltando a fazer as coisas e cuidar da minha filha e da casa, agora sem a minha mãe que tanto me ajudou vida afora eu tinha que prosseguir.
Conseguimos a pensão por morte da minha mãe e devido a minha doença ser permanente. Graças a Deus e a minha mãe sobrevivemos a tudo isso e vivemos dignamente.
Em 2018 tive que desligar o DBS para fazer uma Ressonância e averiguar se tudo estava ok. Devido as dores e tudo que passei com o aparelho desligado ou sem ele, essa ideia era assustadora. Trouxe minha irmã Marildes, do interior para me ajudar, eu estaria literalmente desligada, mas a vida continuava, minha filha tinha que ir a escola, comer e tudo mais... porém depois de 3 dias no hospital e um Mês para me recuperar outra vez tudo foi voltando ao normal, conseguimos reajustar a frequência do DBS.
Sou grata ao dr. Alexandre Francisco Novick e equipe que esse tempo todo foi mais que um excelente médico, mas um amigo que me auxiliou em tudo para que eu conseguisse estabilizar a doença e voltasse a ter o mínimo de qualidade de vida. Gratidão eterna.
Eu não fico doente, nem gripe eu pego, vejo pessoas que tem ao menos 5 gripes ao ano, se eu tiver uma a cada 2 anos é muito. Só a rinite que incomoda um pouco.
Tudo estava bem, comecei fazer ginástica, alongamento, hidroginástica, pois o meu bem estar depende das atividades físicas que faço segundo recomendação médica, respeitando meus limites. Amo dançar e comecei frequentar um grupo da terceira idade, onde fiz muitos amigos e podia me exercitar dançando nas tardes de sexta-feira. Que coisa boa, isso me fazia muito bem!
Então 2020 chegou e com ele a pandemia, o tal Covid-19 chegou ao Brasil, o número de mortes começou crescer assustando a todos. O protocolo de prevenção exigia o uso de máscaras e álcool em gel. O comércio estava fechando as portas, muitos desempregados, todos perdidos pois estávamos enfrentando um vírus desconhecido que estava matando. Pensei: eu preciso fazer alguma coisa para ajudar as pessoas a se proteger. Se muitos estão desempregados, passando fome, como vão poder comprar máscaras???
Então comecei a fazer máscaras para doação em março de 2020, minha prima Marilene tem um ateliê de costura, peguei retalhos e comecei fazer as máscaras para os de casa, tomei gosto e não parei mais, pedia tecido ou TNT para os amigos e não parei mais de fazer e doar máscaras. Distribuía para moradores de rua, carrinheiros catadores de reciclagem, repassava para amigos que faziam lives e arrecadavam cestas básicas para distribuir as pessoas necessitadas, para amigos do grupo espírita que forneciam marmita para moradores de rua e distribuíam as máscaras para essas pessoas, amigos de outras igrejas também fizeram chegar a pessoas necessitadas, comecei a levar no CRAS, onde cheguei a ver um idoso, uma pessoa muito simples usando uma máscara feita com apenas uma camada de TNT e aquilo me cortou o coração. Tirei uma máscara da bolsa e dei aquele senhor. Então não parei mais de fazer máscaras. É muito bom ser útil nesse momento de tanta dor, tantas vidas perdidas, tantas famílias dilaceradas pela dor de entes queridos ceifados pela Covid-19. Em uma no já passamos de 1700 máscaras doadas. E enquanto Deus nos der saúde e a pandemia continuar estaremos confeccionando máscaras para doação. NO começo minha prima Marilene ajudou a costurar, mas com a prática pude continuar sozinha, até porquê ela é costureira e teve muito trabalho nessa pandemia com suas costuras.
A amiga Maria do Roscio me ajudou também a costurar um pouco de máscaras quando recebi uma doação grande de TNT que serviram para proteger muitas pessoas.
SE você puder e quiser colaborar doando tecido de algodão, TNT agradecemos. Nossas máscaras de tecido são duplas e a de TNT é tripla para maior proteção. Recomendamos o uso de uma folha de papel toalha dentro da máscara para maior proteção. Quando sentir que o papel umedeceu troque o papel, assim sua máscara vai durar um pouco mais. Não esqueça de usar álcool em gel.
Por causa desse trabalho voluntário fomos indicados para uma matéria no site da prefeitura de Pinhais que teve muitas visualizações. Espero ter contribuído para que outras pessoas também comecem ajudar de alguma forma. Se cada um fizer um pouquinho, juntos poderemos ajudar muitas pessoas. Nosso trabalho vai continuar até o fim da pandemia.
Como dizia minha mãe: "Quem não vive para servir, não serve para viver."
Enquanto a vida pulsar em mim essa história vai continuar...
Que Deus continue nos abençoando.
Enquanto a vida pulsar em mim essa história vai continuar...
Que Deus continue nos abençoando.
Por enquanto é isso... mas a vida continua... Então essa história não terminou
e de tempos em tempos estarei atualizando.
Obrigada pela visita.
Deus te proteja!
Eu hoje 14/04/2021 tenho 46 anos, até junho e
quero apenas ser feliz pelo tempo que me resta, vivendo um dia de cada
vez, pois o amanhã a DEUS pertence.
Eu mereço ser feliz! Todos
nós merecemos!
“É PRECISO AMAR AS PESSOAS COMO SE NÃO HOUVESSE AMANHÃ, PORQUE SE VOCÊ PARAR PRA PENSAR... NA VERDADE NÃO HÁ!”.
“NINGUÉM É PERFEITO!”.
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Valdirene Silva de Lima
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